Produtos

SAL DE RIO MAIOR / FLOR DE SAL DE RIO MAIOR

Tipo

Sal

Região

Lisboa e Vale do Tejo

Descrição

Designa-se por «Sal de Rio Maior» / «Flor de Sal de Rio Maior» o sal de fonte salina artesanal obtido a partir do processo natural de precipitação de águas salinas subterrâneas por evaporação, constituído por água, cloreto de sódio e outros sais minerais e oligoelementos, exclusivamente provenientes dessa água. Trata-se de um sal colhido manualmente, não refinado, não lavado após colheita e sem aditivos. Dependendo das condições de formação e do modo de colheita, o sal de Rio maior apresenta-se sob a forma de: "SAL DE RIO MAIOR" - cristais de forma cúbica, incolores e transparentes, de sabor salgado característico, de dimensões variáveis, que se agrupam e tomam forma de pirâmide invertida, extraído da água dos talhos das salinas durante a cristalização - ou sob a forma de: "FLOR DE SAL DE RIO MAIOR"- constituída por pequenos cristais dispostos em pequenas lâminas formadas durante a precipitação dos sais, que flutuam na superfície do cristalizador. É o primeiro produto a formar-se logo que a água atinge a saturação necessária para o início da cristalização.

Declaração nutricional

Vitaminas e sais minerais
Vitamina A (μg)
Vitamina D (μg)
Vitamina E (μg)
Vitamina K (μg)
Vitamina C (μg)
Tiamina (mg)
Riboflavina (mg)
Niacina (mg)
Vitamina B6 (μg)
Ácido fólico (μg)
Vitamina B12 (μg)
Biotina (μg)
Ácido pantoténico (mg)
Potássio (mg)
Cloreto (mg) 98g NaCI
Cálcio (mg)
Fósforo (mg)
Magnésio (mg)
Ferro (mg)
Zinco (mg)
Cobre (mg)
Manganês (mg)
Fluoreto (mg)
Selénio (μg) <0,1mg
Crómio (μg)
Molibdénio (μg)
Iodo (μg)

Variantes

Tanto o «Sal de Rio Maior» como a «Flor de Sal de Rio Maior» podem ser aromatizados com misturas de especiarias e/ou ervas aromáticas. O «Sal de Rio Maior», tal qual, ou com misturas de ervas e/ou especiarias, pode ainda apresentar-se sob uma forma cilíndrica que lembra um queijo, e designa-se neste caso por “Queijo” de Sal de Rio Maior.

Particularidades

Sal branco, seco, e brilhante de sabor fortemente salgado (para salgar carnes, basta metade da porção do extraído da agua do mar - sal marinho), puro e sem a amargura que o excesso de cálcio provoca. O «Sal de Rio Maior» / «Flor de Sal de Rio Maior» é um sal constituído por 97 a 99% de cloreto de sódio e é rico em selénio.

História

As salinas de Rio Maior têm oito séculos de História, datando a exploração das salinas do último quartel do séc. XII. Em 1177, começo “documentado” da história das Marinhas de Rio Maior Pêro d’Aragão e sua mulher Sancha Soares venderam aos Templários “a quinta parte que tinham do poço e das Salinas de Rio Maior, cujo poço partia pelo Este com Albergaria do Rei; pelo Oeste com D. Pardo e com a Ordem do Hospital; pelo Norte com Marinhas da mesma Ordem; e pelo Sul com Marinhas do dito D. Pardo”. Com essa venda fica evidente que à época, parte do poço e das salinas já pertenciam e eram exploradas por particulares. Pinho Leal dedicou às marinhas de Rio Maior uma entrada no seu dicionário “Portugal Antigo e Moderno” onde refere de forma sumária a sua origem e características. Consta que o poço primitivo se situasse mais para Norte, num sítio denominado Marinha Velha. Há notícia que esse poço, no Séc. XII ou princípios do séc. XIII, só alimentaria seis talhos. O poço atual terá sido aberto, segundo a tradição, devido ao acaso. Para mitigar a sede, uma rapariga que apascentava uns jumentos, tentou beber numa poça de água que aflorava num juncal. O sabor fortemente salgado foi-lhe extremamente desagradável tendo comentado o sucedido quando chegou a casa. Seu pai e vizinhos apressaram-se a ir cavar em tal sítio de onde surgiu então o poço atual, tendo secado depois o primitivo. Hoje em dia as salinas de Rio Maior são o único caso de exploração de uma salmoura subterrânea em Portugal, o que juntamente com a singularidade do fenómeno hidrogeológico lhes confere grande relevância em termos de património natural.

Saber fazer

A maioria dos produtores de sal era agricultor, que se dedicava sazonalmente (de Maio a Setembro quando há condições meteorológicas para a evaporação da salmoura ) à produção de sal. Este saber-fazer tradicional foi transmitido de geração em geração e manteve-se até aos dias de hoje. Cada fase do processo é realizada de acordo com procedimentos normalizados de trabalho, que descrevem as ações a realizar e definem as normas de qualidade do sal. A «Flor de Sal de Rio Maior» é o primeiro produto a formar-se, assim que a água atinge a saturação necessária para o início da cristalização. A «Flor de Sal de Rio Maior» não é mais do que uma fina pelicula que se forma na superfície da água dos cristalizadores, em condições bastante específicas. Elevadas temperatura e radiação solar, baixos níveis de humidade e vento são as condições ideais para a sua formação. Se a «Flor de Sal de Rio Maior» não for recolhida atempadamente ir-se-á depositar no fundo do talho. A «Flor de Sal de Rio Maior» é recolhida com recurso a um coador. A recolha é feita com o coador colocado ligeiramente oblíquo em relação ao espelho de águas e deslocado de forma suave, de modo a não agitar muito a água e provocar a precipitação dos cristais. O coador não toca no fundo do cristalizador ou no bordo, de modo a não sujar a flor de sal. O tempo de evaporação varia entre dois e seis dias, em função das condições atmosféricas, o que permite que cada talho produza sal semanalmente. O «Sal de Rio Maior» depositado no fundo dos talhos é rapado com o auxílio de pás e é disposto num monte em forma de pirâmide nas eiras, pequenas plataformas instaladas junto dos muretes, onde fica a secar durante aproximadamente 60 horas, sendo depois recolhido para os armazéns. Aqui chegado o sal é pesado, armazenado e mais tarde embalado. De acordo com a indústria a que se destina, o sal, moído ou não, é sujeito a uma rigorosa escolha manual. Para o fabrico do «Queijo de Sal de Rio Maior», tal qual, ou com misturas de ervas e/ou especiarias, o sal é colocado em formas cilíndricas, é cozido em forno de lenha e colocado a secar ao sol.

Produção

O "Sal de Rio Maior / Flor de Sal de Rio Maior" é produzido na área geográfica constante do Despacho nº ; Reconhecida a Indicação Geográfica pelo Despacho acima; Registada e protegida a Indicação Geográfica Rio Maior, para sal e flor de sal pelo Regulamento

Área geográfica de produção



Concelhos

RIO MAIOR

Forma de utilização

Este produto é comercializado para os mais diversos fins como por exmplo: indústria (rações para animais, curtumes, têxtil, panificadoras, refrigerantes e detergentes), tratamento da água (piscinas), e restauração entre outros. Enquanto produto de qualidade, é utilizado por muitos chefes de cozinha e gastrónomos conceituados. Muitos restaurantes de renome e empresas agroalimentares demonstram a sua preferência por este sal.

Conselhos de uso

Como tempero aconselha-se o seu uso parcimonioso visto ser muito salgado.

Apresentação Comercial

O «Sal de Rio Maior» pode apresentar-se tal qual ou moído e tanto o «Sal de Rio Maior» como a «Flor de Sal de Rio Maior» podem ser aromatizados com misturas de especiarias e/ou ervas aromáticas, sendo depois acondicionados em recipientes destinados à venda ao consumidor final

Condições de conservação / Durabilidade

Conservar em local seco

Disponibilidade ao longo do ano

Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez

Bibliografia/Fonte

Caderno de Especificações - "Sal de Rio Maior / Flor de Sal de Rio Maior";

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