PASTEL DE FEIJÃO DE TORRES VEDRAS - MCA
Tipo
Produtos de padaria, de pastelaria, de confeitaria ou da indústria de bolachas e biscoitos
Região
Lisboa e Vale do Tejo
Descrição
O pastel de feijão de Torres Vedras é um bolo de pastelaria, doce, de pequeno formato e cozido (assado) no forno. O recheio, localmente conhecido como “espécie”, é composto por feijão branco, miolo de amêndoa pelada, gemas de ovo, açúcar branco e água. A fina massa envolvente ( conhecida localmente como a "forra" ou "capa" ou ainda "lençol") tem como constituintes farinha de trigo, água, manteiga ou gordura vegetal e sal. À prova, sente-se a capa, quebradiça e estaladiça, mas não folhada, envolvendo delicadamente o recheio, sem o abafar. O sabor da amêndoa é persistente, sendo o último a desaparecer do paladar após a ingestão
Declaração nutricional
por 100 g ou por 100 ml do produto | |
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Energia (Kcal) | 290 |
Lípidos (g) | 10,8 |
Hidratos de carbono (g) | 40,3 |
Fibra (g) | 16 |
Proteínas (g) | 6,6 |
Variantes
Alguns transformadores, apenas por encomenda para eventos especiais, fabricam as chamadas “miniaturas”. Estas miniaturas são absolutamente idênticas ao Pastel de feijão de Torres Vedras em matéria de ingredientes e modo de produção. As únicas diferenças são as dimensões, que sofrem uma redução entre um quarto e metade das usuais para o Pastel de feijão de Torres Vedras e o facto de não se apresentarem acondicionados no característico papel com menções alusivas.
Particularidades
Tem forma tronco-cónica, de menor diâmetro na base; o tronco vai alargando até ao topo e remata numa superfície circular, levemente abaulada, de maior diâmetro e com bordos bem definidos. A capa tem cor amarelo-palha e brilho mate, é fina, lisa, bem formada e uniforme, de aspecto quebradiço, deixando perceber o recheio através da massa. O recheio tem cor amarela a amarelo-alaranjado, ao corte; à superfície apresenta uma tonalidade castanho dourada, baça. Verificam-se, por vezes, pequenas variações na tonalidade em resultado da temperatura do forno e duração do tempo de cozedura. A textura é rugosa à superfície, denotando a migração do açúcar e respectiva cristalização; grumosa e húmida no interior, notando-se a amêndoa triturada e mesmo o feijão, de consistência esponjosa. Aroma e sabor nítidos a amêndoa, por vezes a gema de ovo, sentindo-se também, em fundo, o feijão.
História
A origem conventual do Pastel de Feijão de Torres Vedras é denunciada pelo farto uso de açúcar, gema de ovos e amêndoa na sua composição. No entanto não foram encontradas provas sólidas de tal origem. As primeiras referências escritas remontam ao último quartel do século XIX. Em 1896 foi um dos trinta e oito "doces característicos de localidades" seleccionados para figurar na "Exposição Ethnografica Portugueza”. A reputação de que goza o pastel de feijão de Torres Vedras está alicerçada numa forte componente de histórias familiares e afectivas ligadas desde há muito a Torres Vedras. De salientar que a produção deste doce nunca se evadiu de Torres Vedras.
Saber fazer
Um particular "saber fazer local", consequência de um longo percurso de observância de velhas práticas, ainda que com muito ligeiras diferenças de acordo com o “ramo histórico” de cada produtor é, porventura, a "chave" (tão característica da doçaria tradicional) que distingue o método de fabrico do Pastel de feijão de Torres Vedras e que lhe granjeou enorme reputação. Este saber fazer expresa-se, por exemplo, na forra fina e translucida e no recheio esponjoso mas não apudinado, onde são perceptiveis a amendoa, os ovos e se adivinha o feijáo. É liminarmente interdita a incorporação de quaisquer aditivos ou auxiliares tecnológicos, independentemente da causa ou do efeito pretendido bem como de licores ou outras bebidas espirituosas com amêndoa ou com essências de amêndoa
Produção
O "pastel de feijão de Torres Vedras" é produzido no Concelho de Torres Vedras Neste momento o agrupamento de produtores de Pastel de Feijão de Torres Vedras encontra-se a finalizar o Caderno de Especificações necessário para a qualificação do nome Torres Vedras como IGP para pastel de feijão.
Área geográfica de produção
Concelhos
TORRES VEDRASForma de utilização
É consumido a qualquer hora do dia, sendo particularmente apreciado como sobremesa ou lanche; Pode ser consumido só ou acompanhando chá ou café ou, mesmo, uma taça de vinho branco da região
Conselhos de uso
Só ou acompanhando chá ou café ou, mesmo, uma taça de vinho branco da região
Ingredientes
Açúcar
Amêndoa
Sal
Manteiga ou gordura vegetal
gemas de ovos, frescas e ou pasteurizadas
Feijão branco
Água
Forma
TRONCO-CÓNICA
Altura
de 2,50 a 3,40 cm
Diâmetro
de 6,00 a 7,00 cm
Peso
de 60,00g a 75,00g
Cor Exterior
AMARELO-PALHA
Textura Exterior
LISA
Cor Interior
AMARELO-ALARANJADO
Consistência Interior
HÚMIDA
Suculência Interior
SUCULENTO
Textura Interior
RUGOSA
Aroma Interior
FRUTADO
Sabor Interior
DOCE
Apresentação Comercial
O pastel de feijão de Torres Vedras apresenta-se acondicionado individualmente num invólucro de papel apropriado, ostentando menções diversas alusivas ao produto ou ao produtor. Esta é a forma tradicional de apresentação no estabelecimento do produtor. No comércio em geral o pastel de feijão de Torres Vedras apresenta-se acondicionado como referido e pré-embalado em caixas de cartão ou outro material apropriado, em formatos e dimensões diversas onde, para alem das menções regulamentares, figuram sempre as menções alusivas ao Pastel de feijão de Torres Vedras As miniaturas de pastel de feijão de Torres Vedras não são normalmente acondicionadas individualmente, já que só são produzidas por encomenda, para eventos específicos.
Condições de conservação / Durabilidade
Conservado à temperatura ambiente, em lugar fresco, dura entre 10 a 12 dias; O pastel de feijão ultracongelado, desde que mantido/transportado a uma temperatura entre -20ºC e -16ºC, deve ser consumido num prazo não superior a 6 meses após o fabrico.
Disponibilidade ao longo do ano
Bibliografia/Fonte
Caderno de Especificações de Pastel de feijão de Torres Vedras - 2018
Produtores
Actividades Hoteleiras Pastelão, Lda
Paloma Blanca, de Max e Ferraz - Actividades Hoteleiras
Restaurante O Furinho, de Ana Paula João Santos Pereira
Pãozinho da Avenida - Ind. de Panificação e Pastelaria, Lda.
Pastéis de Feijão Serra da Vila, de Alberto Jorge Oliveira, Lda.
Pastelaria San Marco, de Luís & Dias, Lda.
Pastelaria Pétala Dourada, de Luís José Domingos Adriano
Pastelaria Pérola do Atlântico, de Cláudia Vital Unip. , Lda
Pastelaria Flor, de Vicente e M. Dias, Lda.
O Segundo, de Ribeiro Correia e Pascácio, Lda.
Brasão, de Marques & Lourenço Doçaria, Lda.
Maria Adelaide R. Silva, de José Miguel Luis Esteves, Lda.
Império, de Areias do Seixo - Empreendimentos Hoteleiros, Lda
Havaneza , de J. Guimarães Pinheiro, Lda.
Fábrica Coroa, de Célia e Nuno, Lda.
Doce do Oeste, de Antunes e Antunes Pastelaria e Cafetaria
Casa Benjamin, de Maria Madalena Marques Santos Valente
Carmitas, de José M. Luís Esteves, Lda.
Cantinho Amarelo, de Sales & Cruz, Lda
Trigo Dourado, Lda
BROA DE MILHO DO VALE DO SOUSA
Pão de mistura elaborado através de um processo de fabrico específico da região, sendo determinante o uso da farinha obtida dos milhos brancos lisos, do tipo “flint”, maioritariamente de origem regional, em que se incluem as variedades locais Pigarro, Verdial de Aperrela e Verdial de Cete. À farinha de milho é, ainda, adicionada farinha de centeio de origem regional podendo, na sua ausência, ser usada farinha de trigo.
BOLO DO CACO DA MADEIRA - MCA
O Bolo do Caco da Madeira é um pão cuja massa é constituída por farinha de trigo, batata-doce da Madeira, fermento de padeiro e/ou “massa lêveda”, água e sal, sendo um produto típico da Região Autónoma da Madeira. Tem a forma de um cilindro baixo com costas lisas ou ligeiramente abauladas Ao corte, a massa apresenta um miolo denso com alvéolos pequenos que contribuem para tornar a massa elástica.
BÔLA DE LAMEGO
A bôla de Lamego é feita de farinha de trigo, fermento de padeiro, água, manteiga, banha de porco ou azeite, recheada com carnes (bôla de carne de Lamego), com bacalhau (bôla de bacalhau de Lamego), com sardinha (bôla de sardinha de Lamego) ou com carne de vinha d’alhos (bôla de vinha d’alhos), em que a carne é temperada em vinho e alho, antecipadamente. Cada bôla de Lamego pesa cerca de 850 g, tem formato rectangular e é baixa.
Preparado a partir de farinha de trigo, ovos e gorduras, recheado com carnes fumadas de porco. A cor varia entre amarelo e castanho claro, apresentando ao corte uma massa alveolada, de cor amarelada, entremeada pelas carnes. O peso oscila entre 0,5 e 3 kg. A massa é ligeiramente salgada e gordurosa e as carnes mantêm o sabor original.
FOLAR DE VALPAÇOS - IGP
O Folar de Valpaços é um produto de panificação recheado com carne de porco gorda e/ou entremeada salgada e seca (não fumada), barriga de porco salgada e seca (não fumada), enchidos de porco fumados (salpicão e linguiça), presunto de porco curado pelo fumo ou de cura natural e/ou pá de porco fumada. Ao corte são perceptíveis pedaços dispersos e irregulares das carnes que compõem o recheio e que visualmente compõem um mosaico colorido em que se distinguem as diferentes cores das mesmas. É cozido em formas individuais.
PASTEL DE CHAVES - IGP
O «Pastel de Chaves» é um produto de pastelaria constituído por massa finamente folhada, recheada com um preparado à base de carne de vitela picada. Apresenta textura exterior firme e estaladiça contrastando fortemente com a textura do recheio que é espesso, macio, húmido, suculento e fundente. Ao corte vertical, a massa apresenta um conjunto de lâminas muito finas, o que confere ao pastel um aspeto finamente folhado. A porção superior da massa apresenta uma cor amarelo-dourado que contrasta com a porção inferior levemente humedecida e escurecida pelo picado de carne. Numa posição central surge o recheio que apresenta um aspeto heterogéneo, resultante dos diversos ingredientes que o compõem, sendo reconhecíveis pedaços de carne e de cebola.