PÃO DE LÓ DE MARGARIDE
Tipo
Produtos de padaria, de pastelaria, de confeitaria ou da indústria de bolachas e biscoitos
Região
Entre Douro e Minho
Descrição
Este produto é conhecido por pão de ló de Margaride ou por pão leve de Margaride ou por rosca de Margaride. É um bolo tradicional, de textura muito suave, feito apenas com ovos frescos (gemas), açúcar, farinha e sal marinho. Depois de muito bem batida a massa é colocada em formas de barro, forradas com papel almaço e vai a cozer em forno a lenha. Tem forma redonda com um orifício e a superfície exterior superior tem um abaulamento característico. O seu interior apresenta uma cor amarelo ouro e o seu exterior uma tonalidade acastanhada. O nome pão leve decorre do facto de o pão de ló ser mais leve, proporcionalmente, do que o pão comum. O nome “rosca” deve ser proveniente do facto de em tempos anteriores os produtores de pão de ló serem, também, produtores de pão em forma de regueifa ou rosca.
Particularidades
Bolo muito leve, redondo, com buraco ao centro, envolvido no papel em foi cozido e tradicionalmente partido e comido à mão.
História
A história do pão de ló de Margaride está ligada às diversas famíias que o produzem: - No ano de 1945, e após ter herdado o gosto pela doçaria tradicional através da reconhecida doceira Emília Vieira, António Lopes e esposa, iniciam-se no fabrico da doçaria tradicional da região de Felgueiras. Para poder corresponder à enorme procura do pão de ló e dos outros doces houve necessidade de aumentar o nº de engenhos – nesta época as massas destes doces eram batidas em engenhos artesanais e cozidas em forno a lenha – pelo que António Lopes mudou-se, em 1952, para umas instalações maiores na freguesia de Caramos. Em 1974 o filho primogénito – Joaquim Teixeira Lopes – devido ao falecimento do pai assume o fabrico destes doces tradicionais ficando com o segredo e testemunho de todo o processo de fabrico e sabor único do pão de ló e outros doces tradicionais de Margaride. Actualmente é já a neta do fundador – Umbelina Lopes – quem dirige e dá continuidade a esta antiga casa e ao segredo e testemunho do fabrico do pão de ló e de outros doces tradicionais da região. - Uma mulher de nome Clara Maria, falecida a 27 de Novembro de 1831, principiou a fabricar o pão de ló numa casa de telha e colmo na freguesia de Margaride. Após a sua morte, o marido António Felix continuou a fabricar o bolo, tendo em sua companhia Leonor Rosa que, após um segundo casamento, compra em 1875 a casa onde actualmente está instalada a fábrica de Pão de Ló de Margaride - Leonor Rosa da Silva, Sucessor. Por carta particular, timbrada com as armas de Suas Altezas Reais os Duques de Bragança, datada do Paço de Belém, em 5 de Dezembro de 1888, e assinada pelo Conde de S. Mamede, foi informada Leonor Rosa da Silva que lhe foram concedidas as honras de fornecedora da Real e Ducal Casa de Bragança, podendo usar as armas ducais, conforme o modelo que está na Casa. As armas têm a encimá-las uma coroa ducal e, por timbre, um dragão. O Rei D. Carlos concede-lhe Alvará a 22 de Abril de 1893, autorizando o uso das Armas Reais Portuguesas no frontispício do seu estabelecimento. - Este doce nasceu em Felgueiras, na Freguesia de Margaride. O avô do atual proprietário iniciou o seu fabrico em 1930, juntamente com a sua esposa Maria Arminda Teixeira, "mulher das massas" massas essas que eram batidas a mão. Devido ao aumento da procura dos tão afamados doces, abre em 1948, a mais antiga Confeitaria do Concelho , a Confeitaria Ribeiro, que ainda hoje esta na família e vende os tão famosos doces. Em tempos remotos estes doces eram transportados em carroças de cavalo, em grandes caixas de madeira, forradas a panos de linho para serem vendidos nas romarias e aldeias vizinhas. Ainda hoje são doces muito procurados e indispensáveis nas nossas romarias.
Saber fazer
Batem-se os ingredientes (farinha, ovos, açúcar) em batedores de madeira. Vai ao forno de abóbada de barro em formas também de barro, revestidas interiormente de papel.
Área geográfica de produção
Concelhos
FELGUEIRASForma de utilização
É um bolo tradicional da Páscoa, figurando sempre com lugar de destaque na mesa para a visita pascal. Faz parte, igualmente, da doçaria do Natal, sendo consumido também ao longo do ano, acompanhado de vinho do Porto.
Ingredientes
Farinha de trigo
Ovos frescos
Açúcar
Sal
Forma
ARREDONDADA
Peso
de 400,00g a 5,00kg
Cor Exterior
AMARELO-ACASTANHADO
Cheiro
MODERADO
Consistência exterior
FOFA
Textura Exterior
ALVEOLADA
Aroma Exterior
DOCE
Sabor Exterior
DOCE
Cor Interior
AMARELA
Bibliografia/Fonte
Caderno de Especificações, em preparação “Produtos Tradicionais Portugueses”, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural, Lisboa 2001, Coordenadora Geral – Ana Soeiro “Livro de Matrícula dos moradores da Casa Real”, a fol.65, do livro 9, em 31 de Maio de 1893. “Livro de registo de recompensa” ( nº geral 315), " Fornecedora da Casa Real", passado pela 3ª Repartição (Propriedade Industrial) da Direcção Geral de Comércio, e Industria do Ministério das Obras Públicas, em 20 de Maio de 1905. Revista dos Tribunais do Porto nº 58 ano, nº 1376, de 30 de Abril 1940, na qual foi publicada a sentença e os acórdãos de registo de marca.
Contactos
Associação Empresarial de Felgueiras
Produtores
BROA DE MILHO DO VALE DO SOUSA
Pão de mistura elaborado através de um processo de fabrico específico da região, sendo determinante o uso da farinha obtida dos milhos brancos lisos, do tipo “flint”, maioritariamente de origem regional, em que se incluem as variedades locais Pigarro, Verdial de Aperrela e Verdial de Cete. À farinha de milho é, ainda, adicionada farinha de centeio de origem regional podendo, na sua ausência, ser usada farinha de trigo.
BOLO DO CACO DA MADEIRA - MCA
O Bolo do Caco da Madeira é um pão cuja massa é constituída por farinha de trigo, batata-doce da Madeira, fermento de padeiro e/ou “massa lêveda”, água e sal, sendo um produto típico da Região Autónoma da Madeira. Tem a forma de um cilindro baixo com costas lisas ou ligeiramente abauladas Ao corte, a massa apresenta um miolo denso com alvéolos pequenos que contribuem para tornar a massa elástica.
BÔLA DE LAMEGO
A bôla de Lamego é feita de farinha de trigo, fermento de padeiro, água, manteiga, banha de porco ou azeite, recheada com carnes (bôla de carne de Lamego), com bacalhau (bôla de bacalhau de Lamego), com sardinha (bôla de sardinha de Lamego) ou com carne de vinha d’alhos (bôla de vinha d’alhos), em que a carne é temperada em vinho e alho, antecipadamente. Cada bôla de Lamego pesa cerca de 850 g, tem formato rectangular e é baixa.
Preparado a partir de farinha de trigo, ovos e gorduras, recheado com carnes fumadas de porco. A cor varia entre amarelo e castanho claro, apresentando ao corte uma massa alveolada, de cor amarelada, entremeada pelas carnes. O peso oscila entre 0,5 e 3 kg. A massa é ligeiramente salgada e gordurosa e as carnes mantêm o sabor original.
FOLAR DE VALPAÇOS - IGP
O Folar de Valpaços é um produto de panificação recheado com carne de porco gorda e/ou entremeada salgada e seca (não fumada), barriga de porco salgada e seca (não fumada), enchidos de porco fumados (salpicão e linguiça), presunto de porco curado pelo fumo ou de cura natural e/ou pá de porco fumada. Ao corte são perceptíveis pedaços dispersos e irregulares das carnes que compõem o recheio e que visualmente compõem um mosaico colorido em que se distinguem as diferentes cores das mesmas. É cozido em formas individuais.
PASTEL DE CHAVES - IGP
O «Pastel de Chaves» é um produto de pastelaria constituído por massa finamente folhada, recheada com um preparado à base de carne de vitela picada. Apresenta textura exterior firme e estaladiça contrastando fortemente com a textura do recheio que é espesso, macio, húmido, suculento e fundente. Ao corte vertical, a massa apresenta um conjunto de lâminas muito finas, o que confere ao pastel um aspeto finamente folhado. A porção superior da massa apresenta uma cor amarelo-dourado que contrasta com a porção inferior levemente humedecida e escurecida pelo picado de carne. Numa posição central surge o recheio que apresenta um aspeto heterogéneo, resultante dos diversos ingredientes que o compõem, sendo reconhecíveis pedaços de carne e de cebola.