AZEITE DE MOURA - DOP
Tipo
Azeite
Região
Alentejo
Descrição
O "Azeite de Moura" possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. Obtido, por processos mecânicos, a partir de azeitonas das variedades Cordovil, Verdeal e Galega. É um azeite de acidez baixa ou muito baixa, de cor amarela esverdeada. O aroma e sabor que lhe são próprios são devidos às variedades Galega e Verdeal. O alto teor de ácidos monoinsaturados provem principalmente da variedade Cordovil.
Particularidades
Azeite com características de sabor, aroma e matiz absolutamente invulgares decorrentes da sua produção em solos argilo-calcários da região de Moura. Os aromas iniciais, limpos e intensos a verde erva e folha, passam a uma textura suave com notas de frutos secos predominando a amêndoa. O sabor amargo é discreto e o picante está presente em intensidade tolerável.
História
A oliveira e o azeite estão ligados a Moura desde tempos longínquos, pois já os romanos aqui vieram encontrar a cultura da oliveira e a produção do azeite. Ainda hoje em dia se podem encontrar oliveiras milenárias na região. Moura possuiu, até 1974, o maior olival da Europa (1500 hectares que pertenciam a uma só pessoa). É também em Moura que se encontra um antiquíssimo lagar de varas que conserva ainda a maquinaria original que evoluiu do sistema de produção de azeite romano, e que comprova a antiguidade e a importãncia da azeitona e do azeite naquela zona. Por outro lado, também ainda hoje se reconhece a finura e excelência do azeite de Moura: o provérbio 'tão fino como o azeite de Moura' contínua vivo na linguagem das pessoas.
Saber fazer
O Azeite de Moura deve a sua notoriedade ao saber-fazer dos produtores, que souberam conservar as técnicas de cultivo tradicionais e preservar as variedades igualmente ancestrais. No fabrico do azeite de Moura só são utilizadas azeitonas das variedades verdeal (15 e 20 % no máximo), Cordovil (entre 35 a 40 % no mínimo) e Galega (na percentagem restante) colhidas nas árvores, sãs e em plena maturação. O transporte até ao lagar faz-se o mais rapidamente possível após a colheita e de modo a não comprimir a azeitona para não provocar danos mecânicos ou aceleração da fermentação. À chegada ao lagar, as azeitonas são separadas segundo a sua procedência, variedade e qualidade, após o que são limpas e lavadas. Segue-se a moenda, feita de maneira a reduzir o mais possível a superfície em contacto com o ar e o tempo de moenda afim de evitar não só a perda do aroma como as oxidações. A pasta obtida é batida, afim de libertar mais facilmente as gotículas de azeite, a uma temperatura máxima de 30 ºC, durante 25 a 30 min nos sistemas clássicos de prensas e 50 min nos sistemas de centrifugação. Efectua-se depois a separação das fases líquidas (azeite e águas ruças) por decantação ou centrifugação. Por fim, o azeite é armazenado em recipientes, a 15 a 16 ºC, para decantação de sólidos e impurezas (borras) resultantes do processo de extracção. Por forma a evitar a contaminação do azeite, pelos odores e sabores provenientes das borras decantadas, efectuam-se transfegas periódicas.
Produção
Produzido na área geográfica constante do Despacho nº 8/94, de 26-01; Reconhecida a Denominação de Origem pelo Despacho acima referido; Registada e protegida a Denominação de Origem "MOURA" pelo Regulamento (CE) nº 1107/96, de 12 de Junho;
Área geográfica de produção
Freguesias
AMARELEJABRINCHESGRANJA MOUPIAS SRPPÓVOA DE SÃO MIGUELS. AGOSTINHOS. ALEIXO DA RESTAURAÇÃOS. JOÃO BAPTISTASAFARASALVADORSANTA MARIASANTO AMADORSOBRAL DA ADIÇAVALE DE VARGOVILA NOVA DE SÃO BENTOVILA VERDE DE FICALHOForma de utilização
Culinária e Doçaria tradicional: saladas, pratos de carnes e de peixes, etc
Conselhos de uso
As características de aromas verdes e maduros aromatizam e complementam muito bem as confecções gastronómicas de aromas discretos e complexos como saladas de alface, carnes brancas, peixes magros, massas, arroz branco, queijos frescos e pouco curados, como também na doçaria conventual ou simplesmente no pão.
Apresentação Comercial
Acondicionado na origem, em embalagens de material impermeável, inócuo e inerte, com 500 ml, 750 ml ou 5 l de capacidade; - ROTULAGEM: sem prejuízo do disposto na legislação aplicável sobre rotulagem, dela devem constar, ainda, as menções «Azeite de Moura - Denominação de Origem Protegida», o respectivo logótipo comunitário, e a marca de certificação aposta pelo respectivo organismo privado de controlo e certificação (OPC).
Condições de conservação / Durabilidade
Conservar a embalagem sempre fechada, em local fresco e protegida da luz; A durabilidade vem indicada na embalagem e varia entre 18 e 24 meses (quando observadas as condições de conservação); NOTA: Quando sujeito a baixas temperaturas o produto pode solidificar.
Disponibilidade ao longo do ano
Bibliografia/Fonte
- Caderno de Especificações "Azeite de Moura"; Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos; “Produtos Tradicionais Portugueses", Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural, Lisboa 2001, Coordenadora Geral – Ana Soeiro;
Produtores
AZEITE DE TRÁS-OS-MONTES
Azeite de baixa a muito baixa acidez, de cor amarela esverdeada. As variedades de azeitona empregadas no seu fabrico são a Verdeal Transmontana, Madural, Cobrançosa e Cordovil. Tem excelentes características que permitem a sua qualificação como azeite virgem e virgem extra nos termos da Regulamentação Comunitária.
AZEITES DA BEIRA INTERIOR (Azeite da Beira Alta, Azeite da Beira Baixa) - DOP
Apresentam características que permitem a sua classificação como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. Dadas as características organolépticas e as variedades de azeitona, os Azeites da Beira Interior integram duas áreas geográficas diferentes: - Azeites da Beira Alta – DOP: obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cornicabra, Carrasquenha, Negrinha, Madural e Cobrançosa; - Azeites da Beira Baixa - DOP: Obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, mas também da Bical e Cordovil.
AZEITES DO RIBATEJO - DOP
Azeite com excelentes características que o qualificam como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. É obtido de azeitonas com elevada percentagem da variedade Galega, para a sub-região A e de variedades Galega e Lentisca, para a sub-região B.
AZEITES DO NORTE ALENTEJANO - DOP
Possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária.É obtido por processos mecânicos, a partir de azeitonas com elevada percentagem da variedade Galega sendo toleradas as variedades Carrasquenha, Redondil, Azeiteira, Cobrançosa, Blanqueta e outras regionais, em percentagens máximas fixadas, sendo interdita a Picual.
- DOP
Azeite extraído por processos mecânicos dos frutos da Olea europea sativa Hoffg, das variedades Galega Vulgar (mínimo de 60 %), Cordovil de Serpa e/ou Cobrançosa (máximo de 40 %), tolerando-se outras variedades num máximo de 5 %, com exclusão absoluta de Picual e Maçanilha. Possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária.