AZEITE DE TRÁS-OS-MONTES
Tipo
Azeite
Região
Trás-os-Montes e Alto Douro
Descrição
Azeite de baixa a muito baixa acidez, de cor amarela esverdeada. As variedades de azeitona empregadas no seu fabrico são a Verdeal Transmontana, Madural, Cobrançosa e Cordovil. Tem excelentes características que permitem a sua qualificação como azeite virgem e virgem extra nos termos da Regulamentação Comunitária.
Particularidades
Azeite equilibrado com cheiro e sabor a fruto fresco, por vezes amendoado e com uma sensação notável de doce, verde, amargo e picante.
História
O consumo de azeite em Trás-os-Montes remonta à Antiguidade pois já o Dr. Francisco da Fonseca Henriques, na página 344 da sua " Medicina Lusitana " lhe faz a seguinte referência: " Quem no tempo do azeite, comer pão quente com aquele azeite novo que está no lagar, sem se ter depurado nem defectado, facilitará o ventre continuando alguns dias, que assim faziam Trallos Montes alguns rústicos com muita utilidade". A plantação de olivais em Mirandela e seu termo deve datar da primeira metade do séc. XVI, pois já o Dr. João de Barros, diz na sua Geografia, «..e muito pouco há que ali se plantaram as primeiras oliveiras, e agora há muito azeite na terra.».
Saber fazer
O solo do olival é mantido livre de infestantes e as árvores são podadas de dois em dois anos ou sempre que as copas estejam excessivamente compactas, de modo a não comprometer a capacidade produtiva do olival. São feitas correcções do solo e adubações quando as análises o determinam. São efectuados tratamentos fitossanitários quando necessário, sendo sempre respeitados os intervalos de segurança. A colheita dos frutos é iniciada quando o seu estado de maturação se encontra entre 4 (epiderme negra e polpa verde) e 5 (epiderme negra e polpa violeta) e é feita manual ou mecanicamente. São separados os frutos colhidos dos que sofreram queda espontânea. Após a colheita, as azeitonas são enviadas imediatamente para o lagar, acondicionadas em caixas de plástico ou transportadas a granel, desde que devidamente protegidas. Após a recepção da azeitona, esta é desfolhada e lavada antes de ser entulhada e/ou laborada. A azeitona não fica mais de 2 dias em tulhas para evitar aumentos de acidez e de defeitos sensoriais do azeite. A moenda é efectuada de modo que as massas não fiquem muito finas nem muito grossas para não dificultar a separação do azeite. A dimensão da malha do crivo é aumentada ao longo da campanha para evitar a formação de emulsões devidas ao amadurecimento da azeitona. A massa moída sofre uma termobatedura a uma temperatura inferior a 30 - 32 ºC, durante um período de tempo de 55 min para os sistemas contínuos e de 30 min para os sistemas clássicos. A massa está bem batida se as últimas pás da batedora apresentarem azeite a sobrenadar. A água que se introduz na batedora não deve ter temperatura superior a 40 ºC e os peneiros (tamises) são limpos diariamente para evitar a passagem de sólidos para as centrífugas (verticais). A centrífuga para separar as águas ruças do azeite é lavada periodicamente (de hora a hora) para evitar perdas de azeite. Na centrífuga do azeite a água de adição não deve ter uma temperatura superior a 35 ºC para evitar que o azeite saia com cor demasiado escura. Todas as instalações são mantidas em perfeitas condições de higiene.
Produção
O "Azeite de Trás-os-Montes" é produzido na área geográfica constante do Despacho nº 34/94 de 03-02; Reconhecida a Denominação de Origem pelo Despacho acima; Registada e protegida a Denominação de Origem Trás-os-Montes, para azeite, pelo Regulamento (CE) nº 1107/96, de 12-06.
Área geográfica de produção
Concelhos
ALFANDEGA DA FECARRAZEDA DE ANSIÃESMACEDO DE CAVALEIROSMIRANDELAVILA FLORVILA NOVA DE FOZ COAFreguesias
ADEGANHAAZINHOSOBARREIROS VLPBRUNHOSOCABEÇA BOACALVELHECANAVESESCANDEDO MURCARDANHACASTEDO ALJCASTRO VICENTEFELGARFORNOS DO PINHALHORTA DA VILARIÇAIZEDALARINHOLOUSA TMCMACEDO DO MATOMOGADOUROMURÇANAVARRANOURAPALHEIROSPARADELA MGDPARADINHA NOVAPOSSACOSREMONDESRIO TORTO VLPS PEDRO DE VEIGA DE LILASANFINS VLPSANTA LUCRÉCIA DE ALGERIZSANTA MARIA DE EMERESSANTA VALHASANTIAGO RIBEIRA ALHARIZSANTULHÃOSONIMSOUTELO MGDSOUTO DA VELHATORRE DE MONCORVOVALE DE PORCOVALES VLPVALPAÇOSVALVERDE MGDVASSALVILAR DE REIVILARANDELOÁGUA REVÊS E CRASTOForma de utilização
Utilizado como tempero de saladas, bacalhau e outros peixes ou como ingrediente base em receitas de culinária transmontana sendo ainda usual o seu emprego na doçaria tradicional; É ingrediente indispensável da Alheira de Mirandela.
Apresentação Comercial
Apresenta-se devidamente acondicionado em embalagens de origem; - ROTULAGEM: sem prejuízo do disposto na legislação aplicável sobre rotulagem, dela devem constar, ainda, as menções «Azeite de Trás-os-Montes - Denominação de Origem Protegida», o respectivo logótipo comunitário, e a marca de certificação aposta pelo respectivo organismo privado de controlo e certificação (OPC).
Condições de conservação / Durabilidade
Conservado em local seco, fresco e ao abrigo de luz tem uma durabilidade de 2 anos; Produto 100% natural sujeito a criar depósito.
Disponibilidade ao longo do ano
Bibliografia/Fonte
- Caderno de Especificações "Azeite de Trás-os-Montes DOP"; - “Produtos Tradicionais Portugueses”, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural, Lisboa 2001, Coordenadora Geral – Ana Soeiro;
Produtores
AZEITES DA BEIRA INTERIOR (Azeite da Beira Alta, Azeite da Beira Baixa) - DOP
Apresentam características que permitem a sua classificação como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. Dadas as características organolépticas e as variedades de azeitona, os Azeites da Beira Interior integram duas áreas geográficas diferentes: - Azeites da Beira Alta – DOP: obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, Cornicabra, Carrasquenha, Negrinha, Madural e Cobrançosa; - Azeites da Beira Baixa - DOP: Obtêm-se sobretudo da azeitona das variedades Galega, mas também da Bical e Cordovil.
AZEITES DO RIBATEJO - DOP
Azeite com excelentes características que o qualificam como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. É obtido de azeitonas com elevada percentagem da variedade Galega, para a sub-região A e de variedades Galega e Lentisca, para a sub-região B.
AZEITE DE MOURA - DOP
O "Azeite de Moura" possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária. Obtido, por processos mecânicos, a partir de azeitonas das variedades Cordovil, Verdeal e Galega. É um azeite de acidez baixa ou muito baixa, de cor amarela esverdeada. O aroma e sabor que lhe são próprios são devidos às variedades Galega e Verdeal. O alto teor de ácidos monoinsaturados provem principalmente da variedade Cordovil.
AZEITES DO NORTE ALENTEJANO - DOP
Possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária.É obtido por processos mecânicos, a partir de azeitonas com elevada percentagem da variedade Galega sendo toleradas as variedades Carrasquenha, Redondil, Azeiteira, Cobrançosa, Blanqueta e outras regionais, em percentagens máximas fixadas, sendo interdita a Picual.
- DOP
Azeite extraído por processos mecânicos dos frutos da Olea europea sativa Hoffg, das variedades Galega Vulgar (mínimo de 60 %), Cordovil de Serpa e/ou Cobrançosa (máximo de 40 %), tolerando-se outras variedades num máximo de 5 %, com exclusão absoluta de Picual e Maçanilha. Possui as características que permitem qualificá-lo como azeite virgem extra e azeite virgem nos termos da Regulamentação Comunitária.