- DOP
Tipo
Mel
Região
Alentejo
Descrição
Mel produzido pela abelha Apis melífera (sp. Iberica), a partir do néctar das flores da flora característica da região do Alentejo. A cristalização é fina e compacta e tanto o cheiro e o sabor como a cor (amarelo transparente até ambarino) variam consoante a respectiva composição polínica. O mel do Alentejo DOP é classificado como: - Mel de rosmaninho: pólen predominante de Lavanda stoechas L. (> 13%) - de cor clara, indo do quase transparente até ao âmbar claro, de aroma e paladar finíssimos e leves; - Mel de soagem: pólen predominante de Echium spp. (> 40%), com grande tendência para cristalizar, devido à relação frutose/glucose. No estado líquido a cor varia de âmbar claro a âmbar. A cristalização é compacta, fina e esbranquiçada ou amarelada. O aroma e o paladar são suaves; - Mel de eucalipto: pólen predominante de Eucaliptus spp. (> 40%), de cor âmbar, de paladar pronunciado e forte, característico dos eucaliptais; - Mel de laranjeira: pólen predominante de Citrus spp. (> 15%), de cor clara, paladar delicado e aroma característico das fragrâncias dos laranjais; - Mel multifloral: mel proveniente de néctar produzido por espécies existentes nas pastagens naturais, zonas de pousio sem predominância de nenhuma espécie. Contudo, terá sempre uma das seguintes plantas (> 5%): Esteva, Sargaço, Rosmaninho, Soagem, Eucalipto, Cardo, Tomilho, Laranjeira e Alecrim. A cor varia entre o âmbar claro e o âmbar escuro, e o aroma e o paladar são ricos, perfumados e profundos.
Variantes
Mel de Rosmaninho; Mel de Soagem; Mel de Eucalipto; Mel de Laranjeira; Mel Multifloral.
Particularidades
Mel de cor clara, variável, desde o amarelo transparente até ao ambarino, cuja tonalidade é característica da região e decorrente da respectiva composição polínica, isto é, da flora que serve de pasto às abelhas. Apresenta cristalização fina e compacta.
História
As pequenas indústrias rurais de produção de mel são uma tradição secular fortemente enraizada nos usos e costumes dos povos que têm habitado a região Alentejo. As ordenações dos nossos primeiros reis são notáveis testemunhos dos privilégios dados sob a forma de foral aos "abelheiros", os quais, com o mel que produziam, pagavam os seus foros e faziam outras trocas comerciais. Eduardo Sequeira cita as vilas de Alandroal, Portel, Redondo e Vila Viçosa como as povoações onde tradicionalmente mais se cultiva ou explora a apicultura no distrito de Évora.
Saber fazer
Como práticas tradicionais locais do sector apícola da zona de produção cabe destacar o sistema de exploração utilizado preservando toda a qualidade e todas as propriedades deste produto. Não é permitida a alimentação artificial das abelhas. As colmeias utilizadas são de quadros móveis, com menos de 5 anos de uso. A colheita do mel é feita de favos completamente operculados e isentos de criação e é desfasada de modo a obter um máximo de polinização correspondente à espécie de mel nomeada. O desabelho é feito por jacto de ar ou pelo sistema tradicional de escova das abelhas. É proibido o uso de repelentes. A desoperculação dos quadros pode ser feita pelo sistema tradicional, com facas e água a ferver, sistemas eléctricos ou a vapor desde que estes não alterem os factores do mel. A extracção é feita exclusivamente por centrifugação. Para proceder à decantação e centrifugação de um mel cristalizado é permitido fundi-lo a uma temperatura que não ultrapasse 45 ºC.
Produção
O "mel do Alentejo" é produzido na área geográfica constante do Despacho nº 45/94, de 20-01; Reconhecida a Denominação de Origem pelo Despacho acima mencionado; Registada e protegida a Denominação de Origem Alentejo, para mel, pelo Regulamento (CE) nº 1107/96, de 12 de Junho.
Área geográfica de produção
Concelhos
ALANDROALALVITOARRAIOLOSBARRANCOSBEJABORBACUBAELVASESTREMOZEVORAFERREIRA DO ALENTEJOFRONTEIRAMONTEMOR-O-NOVOMORAMOURAMOURÃOPORTELREDONDOREGUENGOS DE MONSARAZSERPASOUSELVENDAS NOVASVIANA DO ALENTEJOVIDIGUEIRAVILA VIÇOSAForma de utilização
Consumido tal qual ou na doçaria tradicional alentejana.
Apresentação Comercial
Apresenta-se sob a forma de centrifugado, podendo estar cristalizado. Deve-se apresentar acondicionado em embalagens de vidro transparente e incolor, de capacidade até 1.000 gramas. O mel para consumo directo da indústria hoteleira, restauração e empresas de catering, poderá ser acondicionado em embalagens individuais fabricadas com matérias autorizadas para produtos alimentares e hermeticamente fechadas; - ROTULAGEM: sem prejuízo do disposto na legislação aplicável sobre rotulagem, dela devem constar, ainda, as menções «Mel do Alentejo - Denominação de Origem Protegida», o respectivo logótipo comunitário, e a marca de certificação aposta pelo respectivo organismo privado de controlo e certificação (OPC).
Condições de conservação / Durabilidade
Conservar à temperatura ambiente.
Disponibilidade ao longo do ano
Bibliografia/Fonte
- “Produtos Tradicionais Portugueses”, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural, Direcção-Geral de Desenvolvimento Rural, Lisboa 2001; Coordenadora Geral – Ana Soeiro; - Documento Único "mel do Alentejo DOP"
Produtores
MEL DE BARROSO
Mel produzido pela abelha negra Apis mellifera mellifera (sp. Iberica) - considerada por alguns investigadores como sub raça da Apis mellifera iberica - na região montanhosa do Barroso, a partir da flora característica. Tem cor escura (> a 8 na escala de Pfund), cheiro e sabor reveladores da flora melífera regional, com forte predominância de ericáceas. Ao mel que possua um teor de pólen de ericáceas superior a 35 % poderá ser atribuída a designação de “Mel de Urze” ou “Mel de Queiró”.
- DOP
Mel produzido pela abelha Apis mellifera mellifera (sp. Iberica) de cor âmbar claro (< a 5 na escala de Pfung) e com elevado índice de cristalização. Produzido no Nordeste do país, com flora mediterrânica característica da região montanhosa continental, onde predomina o rosmaninho, a urze e a soagem (Lavanda stoechas, Lavandula pardarculata, Genista alba), etc. Teor de pólen de rosmaninho (Lavanda stoecha e Lavanda padarculata) > 15 %, em situação de predominância. Se tiver mais de 35 % de pólen de rosmaninho, pode usar a menção "Mel de Rosmaninho”.
- DOP
Mel produzido pela abelha Apis mellifera (sp. Iberica), a partir do néctar de flores de urzes (ericáceas), rosmaninho (Lavandula pedunculata) e castanheiro (Castanea sativa). Tem cor escura (> a 7 na escala internacional), com aspecto fluido, viscoso e homogéneo, que perde quando cristaliza. Tem cheiro forte e genuíno e textura macia com a sensação táctil a cristais finos.
- DOP
Mel produzido pela abelha da espécie Apis mellifera Iberica, de nectários florais da flora espontânea regional (Lousã e zonas limítrofes). Cor âmbar ou âmbar escuro quase negro e alta viscosidade. Sabor forte, com alguma adstringência, devido ao néctar das urzes. Cristaliza a temperaturas baixas, apresentando uma textura média regular com redução da intensidade de coloração.
- DOP
Mel produzido pela abelha Apis mellifera (sp. Iberica), definido em quatro sub-tipos: - Mel do Ribatejo Norte - Produzido na sub-região ecológica da Serra d'Aire: cor clara (entre 2,5 e 6 na escala de Pfund), produzido pela abelha Apis mellifera mellifera (sp. Iberica) a partir de néctar de flores cheiro e sabor floral (labiadas), pólen de Rosmarinus, Lavandula e Mentha (no total 15 %); - Mel do Ribatejo Norte - produzido na sub-região ecológica da Albufeira de Castelo de Bode: cor clara ( 6 na escala de Pfund), com cheiro e sabor floral (ericáceas), pólen de Ericaceas (E. Arborea, E. Umbellata, E.lusitanica, E.australis, Calluna, Arbustus unedo) (no total 10 %), Mirtus, Viburnum, Rubus, Castanea, Cistaceae, Rahmnus e Jasione montana (no total 20 % ); - Mel do Ribatejo Norte - Produzido na sub-região ecológica do Bairro: cor variável (entre 1 e 8 na escala de Pfund), com cheiro e sabor floral (soagem e cardo), pólen de Echium ( 15 %), Rubus, Trifolium, Compositae, liguliflorae e Cruciferae (no total 15 %); - Mel do Ribatejo Norte - produzido na sub-região ecológica do Alto Nabão: cor variável (entre 6 e 11 na escala de Pfund), com cheiro e sabor floral (eucalipto), pólen de Eucalyptus ( 15 %), Echium, Compositae liguflorae e Crucíferae (no total 15 %).
MEL DA SERRA DE MONCHIQUE - DOP
Mel de cor amarela escura, produzido pela abelha Apis mellifera (sp. Iberica) com nível de cristalização normal, com uma composição variada em pólen da flora da região (Alfazema, Cistus, Compositae entre 14 % e 19 % cada, Soagem entre 14 % e 18%, Urze 12% e Eucalipto, Citrus e Prunus entre 10 % e 12% cada). É particularmente rico em sais minerais.